20.2.11

Velhas Árvores


Velhas Árvores - Olavo Bilac


Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

Perto dos meus 39 anos peço a Deus que eu seja como a árvore deste poema de Bilac, que todos que a mim vierem possam encontrar abrigo, sombra, amizade, bondade, serenidade e alegria aos que dela necessitam. Estou ainda longe disto, mas é o que quero buscar daqui pra frente a cada dia mais.

Quero envelhecer sem lamentar o tempo, mas agradecendo por vê-lo me moldar e que seja com saúde e sabedoria, que é tudo que sempre orei pedindo a Deus em minha jornada. Sabedoria como a de Salomão, coração como o de Davi e a alegria dos que permanecem aos pés de Cristo.

Um brinde à idade que se aproxima e que seja uma passagem serena a de Balzac para a Loba.

Um comentário:

Brener Alexandre disse...

O poeta grego Anacreonte (século VI a.c) também tematizou a velhice em suas poesias. penso eu que a maturidade da idade é mais acolhedora que o fogo da juventude, o jovem perde a noção do tempo e do espaço para se satisfazer, e quando atingimos a maturidade desfrutamos melhor a vida, como um carro em velocidade média nos permite apreciar a paisagem da estrada enquanto viajamos. Olavo Bilac um dos gigantes da nossa literatura ótimo poema.