24.1.10

2008 PARA 2009




Epílogo
(Andréa de Araújo Lima)

De um
Mais um
Fizeram-se Dois

De dois
Menos um
Tornaram-se Um

De um
Em um
Já não resta nenhum

Embora um dia
Dois foram
Um.

//

Melancolia
(Andréa de Araújo Lima)

São negros os dias
De negras manhãs
E tardes sombrias

São negras as noites
De profundo anoitecer
e madrugadas espessas

São negros os corpos
outrora alvos
São negras as almas
outrora áureas.

//

Covardia
(Andréa de Araújo Lima)

Do alto da sua torre
A negra dama
me chama

Envolta em sua túnica escura
de muito perto
me espia

Seu hálito pesado
em minha nucas
e anuncia

Grita meu nome
clama minha alma
e não me sacia

Barbitúricos?
O doce sabor da cicuta?
Ou um simples defenestramento?

Tudo ocorre...
Tudo morre...
Menos a vontade
e a falta de coragem.

//

Nada Resta de Mim
(Andréa de Araújo Lima)

De tudo que já fui um dia
nada resta
nem uma aresta
nem uma fresta
por onde passaram
os meus dias azuis.

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